domingo, 25 de janeiro de 2009

O Nosso Amor Morreu...


Grande Som!

Imaginem este cenário…
Uma rua normal, com dois passeios, diversas vivendas com os seus jardins verdes e arranjados e num dos passeios descia uma pessoa invulgar.
Com muito brilhantina no cabelo, uma popa que fazia lembrar uma onda gigante do Hawaii, uma camisa preta, um fato preto, uma gravata branca, uns sapatos brancos, uns óculos dourados Rayban e uma guitarra ao ombro… Este senhor era o grande Johnny Carcaça, conhecido como o terror da Padaria!
Ele descia a rua com um sorriso nos lábios enquanto cantarolava umas músicas. Ia bem contente a caminho de casa para perto da sua mulher.
Ao chegar ao quintal, saca da guitarra e coloca-a em posição para tocar… Abre a porta, chama pela mulher: “JJJJJJJJOOOAAAAANNNNAAAAA!!!! (Também conhecida como Joana Stick Mata Rolas) Tenho uma música nova para ti…” A Joana desceu apressada para ouvir a música.
Estavam frente a frente e o Johnny Carcaça começa a tocar na guitarra – TTTAAARRAAMMM TTTUUUMMM EEMMMM - e nisto salta e aterra de joelhos em frente à mulher, continuando a tocar guitarra e grita “O Nosso Amor Morreu… e Quem o Matou Fui EEEEEUUUUU!!! - TTTAAARRAAMMM TTTUUUMMM TEEMMMM…
A Joana olha para ele e responde…
“Mas tu ficaste doido da cabeça... Isso são coisas que se digam à tua mulher?!?!?! Põem-te a andar daqui para fora. Agarra nessa guitarra e podes sair pela mesma porta que entraste…” Virou as costas e foi-se embora furiosa mas com uma lágrima a escorrer pelo rosto (como a música do Zé Cabra).
O Johnny ficou de boca a aberta sem saber o que dizer… Vinha tão contente a mostrar a grande música que tinha feito e apanha com uma cena destas. Mas não deu parte fraca – “Se não aprecias a minha música… Vou-me embora”.
E assim foi…

Desespero

Depois de sair e de andar a vaguear uma hora pela rua ele lembra-se… “O meu gel para o cabelo!!!! Como é que a minha poupa vai aguentar sem a minha dose de gel de hora à hora?!?!?!”
No meio desta confusão de pensamentos, e no desespero de estar a sentir a sua poupa empestada de brilhantina a descer 2 milímetros, ele decide voltar a casa para ir buscar a brilhantina… Mas tinha de evitar que a mulher o visse, não podia dar parte fraca. A mulher não podia pensar que ele tinha coração fraco.
Chegou a casa e começou a pensar em como ia chegar à janela do primeiro andar….

O Assalto

Escondendo o seu bem mais precioso, a sua guitarra, atrás de um arbusto, o Johnny prepara-se para treparar por trepadeira. Mesmo ao estilo dos filmes de teenagers Americanos.
Tudo parecia correr bem… Estava a chegar à janela da casa de banho.
Assim que chegou, espreitou à janela e viu que a sua brilhantina não estava no sítio habitual, no santuário da casa de banho. Começou a ficar um pouco desesperado, primeiro porque estava agarrada a uma trepadeira e segundo porque não sabia da brilhantina.
Entrou pela janela, vasculhou a casa de banho toda e não encontrou nada.


A Vingança

Nessa altura do outro lado da estrada, a Joana estava de óculos escuros, um boné e uma casaco com golas levantadas e compridas, dentro de um carro a observar tudo, com uns binóculos, o que se passava em casa.
Ela comenta para si: “Isso Johnny…. Procura pela brilhantina que eu coloquei no lixo!!! Pensas que me fazes sofrer… AHAHAHAHA”
Dentro de casa o Johnny começa a ficar desesperado e em pânico.
Resolve vir cá abaixo buscar a sua guitarra e tocar uma musiquinha para relaxar e para pensar onde é que pode estar a brilhantina. Nesta altura a sua onda no cabelo já desceu 4 mm.
Ele senta-se na janela da casa de banho e começa a pensar que não devia ter-se chateado com a Joana. Sente falta dela… Naquele momento de tristeza, ela faz-lhe falta.
Começa a tocar e a cantar: “Beautiful… I Just Want You To Know That you Are My Favourite Girl!!!”….
A Joana ouve aquela música e vendo a cara do Johnny pelos seus binóculos, percebe que ele está em sofrimento, desesperado e mesmo triste com a situação toda. Eles já estavam juntos à 4 anos, e ela já conhecia todas as caras do seu marido.
Resolve sair do carro e ir a correr ter com ele para se reconciliarem.

A Reconciliação Com um Pequeno Acidente

Joana chega à porta da casa de banho ofegante, sem conseguir falar fica a olhar para ele com bastante ternura.
O Johnny ao vê-la, larga logo a guitarra e corre para os braços dela dizendo-lhe que sentia a falta dela… A Joana retribui o abraço e entre beijos diz o mesmo.
Enquanto fazem as pazes ouvem o camião do lixo que começa o seu trabalho. A Joana diz-lhe que escondeu a brilhantina no caixote do lixo. O Johnny rapidamente vasculha o lixo e não encontra nada… A Joana fica indignada e diz-lhe para procurar melhor. Mas a brilhantina não aparece.
No meio do espanto, ouvem o camião do lixo a trabalhar mas longe da casa. Enquanto olham um para o outro começam a gritar: “AAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHH!” e repetem ao mesmo tempo: “A brilhantina está no camião do lixo!”
Saem de casa a correr e param no meio da estrada, e vem o camião a virar ao fundo do quarteirão. É inútil correr… Já vai muito longe.
A onda no cabelo do Johnny já desceu mais 3 mm… Ele estava a começar a ficar muito deprimido. Correm os dois para casa onde ficam durante dois dias sem sair de casa…
Como dependentes de brilhantina, sabem perfeitamente que esta, só é entregue daqui a dois dias.

DICA: Uma excelente ideia para um negócio – bolsas de brilhantina com uma dose, para assim se guardar nos bolsos, no carro, na carteira, dentro da guitarra…

Conto escrito por:

Miguel Neto

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